Você
já viu uma colcha de retalhos?
Já
usou alguma delas para se aquecer?
Você
sabe como se faz uma?
Durante
toda a minha infância, eu vi minha querida Vó Vivi fazendo colchas de retalhos.
Eram pedacinhos que sobravam de outros trabalhos que ela ia guardando e quando
tinha uma quantidade suficiente ela começava a tecer. Grande parte do trabalho era feita a mãos, e
depois finalizado na máquina de costuras, daquelas que ainda precisavam
pedalar. Parece que ela colocava tanto amor ali no que fazia que quando
dormíamos com uma daquelas colchas sentíamos verdadeiramente o amor instalado.
Esta
técnica é chamada de patchwork, é muito antiga e agora está na moda. Usada não
só para criar colchas de retalhos, mas tudo o que a imaginação permitir. A
técnica consiste em unir retalhos de tecidos de formatos e cores variadas. Que
se você não olhar com olhos de amor, poderia achar que nem serviria mais para
nada.
Pois
bem, se você pegar uma colcha de retalhos e observar verá que não existe um
único pedacinho igual a outro. Podem até serem parecidos, mas jamais iguais. O
interessante é como algumas pessoas conseguem fazer trabalhos tão harmoniosos,
bonitos de se ver, mesmo com tantas partes diferentes umas das outras. A colcha
de retalhos ainda possui outras funções, como embelezar e aquecer nos dias de
frio. Se, por alguma razão você tirar algum pedacinho dali, verá que fará
diferença, e terá que colocar o mesmo, ou outro no lugar.
Assim
também somos nós. Somos todos diferentes. Precisamos uns dos outros. Devemos
honrar e respeitar cada um com suas particularidades, com suas diferenças. Em
muitos momentos, quando nos unimos uns aos outros, quando juntamos as nossas
forças, podemos fazer um trabalho melhor do que se fossemos realizar sozinhos.
Talvez,
talvez um pedaço de retalho não tenha a cor ou tamanho compatível para a colcha
que você está criando, mas certamente ele servirá para outro trabalho. Quem
sabe você pode precisar cortá-lo, ou modificá-lo de alguma forma, para então
encaixar no que está criando.
E
depois de tudo terminado e organizado, talvez ainda seja preciso dar um
acabamento em toda a peça. É necessário que se faça uma revisão. Talvez seja
preciso aparar algumas pontinhas de linhas, trocar ainda algum retalho, ou
reforçar alguma parte da costura.
O
avesso nunca é perfeito, como nós também não somos. O mais interessante é que
por trás da beleza do tecido existe uma trama, que se não se prestar atenção,
se não olhar bem de perto, não poderá vê-la. Assim também são as pessoas que
fazem parte da nossa Colcha de Retalhos da Vida, é possível compreendê-las e
amá-las, apenas quando se entra na trama do avesso.
COLCHA
DE RETALHOS é uma metáfora que escrevi em homenagem à minha Vó Vivi, que hoje
está com 93 anos de idade. São 93 anos de muita alegria, dedicação e amor
incondicional. Vovó te amo.
Camilla
Borges
Vitória
da Conquista, 15 de abril de 2012
Mila amor, a sua sensibilidade ultrapassa os limites da realidade! Também amo a minha avó! Fiz até um Projeto bem legal para atender os idosos das Vilas Serranas I-II e III e Urbis IV e V - Beijo - Larinha sua fã!
ResponderExcluirObrigada Larinha querida. Bjs
Excluir